Potencial da Energia Solar no Nordeste Brasileiro

O Nordeste brasileiro é, sem dúvida, uma das regiões mais promissoras do mundo para o desenvolvimento da energia solar. 

Com alta incidência solar ao longo do ano, muitas áreas disponíveis e demanda crescente por fontes limpas e sustentáveis, o território nordestino vem se consolidando como polo estratégico para a produção de energia elétrica a partir do sol, segundo a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) e o Atlas Brasileiro de Energia Solar, elaborado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).

Esse avanço acompanha a transição energética mundial, na qual o Brasil tem papel relevante por sua matriz energética já majoritariamente renovável.

A seguir, conheça os fatores que impulsionam esse potencial, os dados mais recentes sobre a produção de energia solar no Nordeste e as perspectivas para os próximos anos.

Irradiação solar: uma vantagem natural

O índice de radiação solar no Nordeste brasileiro é uma das mais elevadas do planeta. Em cidades como Juazeiro (BA) ou Petrolina (PE), por exemplo, a média de irradiação solar pode ultrapassar 6 kWh/m² por dia, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Essa quantidade representa uma excelente base para a conversão da luz solar em eletricidade.

De acordo com o Atlas Brasileiro de Energia Solar, elaborado pelo INPE e atualizado com dados de radiação solar no país, a região Nordeste apresenta um dos maiores índices de irradiação global horizontal do território nacional, com média anual entre 5,5 e 6,3 kWh/m²/dia. Esse desempenho supera inclusive países com tradição em geração solar, como Alemanha e Japão.

Expansão das usinas solares compartilhadas

Com esse cenário tão favorável, o crescimento de usinas solares compartilhadas tem ganhado força no Nordeste. Esses empreendimentos são planejados para fornecer energia a diversos consumidores associados, que recebem créditos de energia e podem compensar parte de seu consumo. 

Embora toda a energia gerada seja inserida na rede elétrica convencional, os consumidores passam a ter sua conta de luz vinculada a uma usina da qual fazem parte como associados, o que proporciona uma economia ao final do mês.

Em estados como Bahia, Ceará e Piauí, as usinas solares compartilhadas têm se multiplicado nos últimos anos, graças à abundância de terrenos planos, à radiação solar intensa e à infraestrutura de conexão com a rede, conforme dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) e estudos da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) sobre a expansão da geração solar na região Nordeste.

Empresas que atuam no setor de energia, como a EDP, têm viabilizado soluções que permitem a adesão de consumidores residenciais e empresariais de forma prática e segura, por meio do modelo de associação a usinas solares compartilhadas, sem que seja necessário instalar placas solares em casa.

Destaque na matriz elétrica nacional

Segundo dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), os estados nordestinos já concentram uma parte significativa da capacidade instalada de geração solar centralizada (grandes usinas conectadas ao Sistema Interligado Nacional). A Bahia, por exemplo, lidera o ranking nacional com mais de 2,5 GW de potência instalada, seguida por Piauí, Pernambuco e Rio Grande do Norte.

Essas usinas são responsáveis por entregar energia limpa e renovável ao sistema elétrico brasileiro, reforçando a matriz energética do país com uma fonte de baixo impacto ambiental. Conforme dados da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), a geração solar cresceu mais de 70% entre 2021 e 2023, e boa parte desse crescimento foi impulsionado por projetos instalados no Nordeste.

Além disso, o Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica (PROINFA), coordenado pelo Ministério de Minas e Energia, já reconhece o protagonismo do Nordeste nas fontes renováveis, especialmente na energia solar.

Impacto socioeconômico e desenvolvimento regional

A expansão da energia solar no Nordeste tem gerado impactos importantes para o desenvolvimento da região. Desde a geração de empregos na construção e manutenção das usinas até a arrecadação de impostos e investimentos em infraestrutura, os benefícios se espalham por diversos setores.

De acordo com a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR), os investimentos em projetos solares na região nordestina ultrapassaram R$ 20 bilhões até o final de 2023, com expectativa de aumento expressivo até 2030. Além disso, estima-se que mais de 120 mil empregos diretos e indiretos tenham sido criados apenas no segmento solar no Nordeste.

Municípios como São Gonçalo do Gurguéia (PI) e Bom Jesus da Lapa (BA) já são considerados polos de atração para novos empreendimentos no setor elétrico, com reflexos positivos no comércio local, na geração de renda e na diversificação econômica.

A sustentabilidade como vantagem competitiva

A busca por fontes de energia mais limpas não está apenas relacionada ao meio ambiente, ela também representa uma vantagem estratégica para empresas e consumidores preocupados com a sustentabilidade e a previsibilidade dos custos.

No modelo de associação às usinas solares compartilhadas, consumidores do Nordeste podem se beneficiar da energia solar no nordeste sem depender da instalação de equipamentos em suas residências ou empresas. Essa abordagem amplia o acesso à energia renovável, sobretudo em áreas urbanas ou em imóveis alugados, onde a instalação de sistemas próprios não é viável.

O modelo também oferece flexibilidade e praticidade: ao associar-se a uma usina solar, o consumidor passa a ter parte do seu consumo compensado com energia solar, gerando uma grande economia e contribuindo com a transição energética da região.

Desafios e oportunidades futuras

Apesar do potencial imenso, ainda existem desafios a serem superados para que a energia solar atinja todo o seu potencial. Um deles é a infraestrutura de transmissão de energia. Muitas vezes, as regiões com maior irradiação estão distantes dos grandes centros consumidores, o que exige investimentos em linhas de transmissão robustas.

Outro desafio é ampliar o conhecimento da população sobre as novas formas de acesso à energia renovável. Iniciativas de conscientização e programas de adesão facilitada são fundamentais para incluir mais consumidores no modelo de usinas compartilhadas.

Por outro lado, as oportunidades são muitas. A transição para uma economia de baixo carbono está entre as principais metas ambientais globais, e o Brasil pode se beneficiar desse movimento ao aproveitar sua vocação natural para as energias limpas.

Considerações finais

O Nordeste brasileiro reúne condições ideais para liderar a transformação energética do país. Sua irradiação solar elevada, aliada ao avanço de usinas solares compartilhadas e ao interesse crescente de consumidores e empresas por alternativas sustentáveis, consolida a energia solar no nordeste como uma solução eficiente e promissora.

Com a participação de empresas que oferecem soluções acessíveis e seguras de associação a usinas solares, como é o caso de iniciativas conduzidas pela EDP, o consumidor nordestino ganha mais protagonismo na transição energética nacional, sem precisar de mudanças estruturais no imóvel e mantendo-se conectado à rede elétrica de sempre.

O futuro da energia passa pelo sol, e no Nordeste brasileiro, esse futuro já c